
Nome cientifico: Hoplias malabaricus (Bloch, 1794)
Classificação taxonômica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Actinopterygii
Ordem: Characiformes
Família: Erythrinidae
Género: Hoplia
Outros nomes
Traíra, trahira, peixe-lobo, peixe-tigre, comedora-de piranha.
À traíra surgiu no período jurássico, é um peixe neotropical, exclusivamente de água doce, carnívoro da família Erythrinidae que é, filogeneticamente talvez à família mais antiga.
Pode viver em regiões de clima quente ou frio como é o caso do sul do Brasil onde ela se enterra na lama nos meses mais frios para suportar as baixas temperaturas e em alguns casos muito raros podem chegar a 20 anos de idade.
É encontrada geralmente entre plantas aquáticas como a gigoga e a taboa entre outras.
Consegue viver em corpos d’água bem pequenos em relação ao tamanho de seu corpo. Graças à sua grande capacidade de adaptação consegue sobreviver à condições adversas.
Assim como todos os peixes da família Erythrinidae tendem a formar populações isoladas sujeitas à deriva genética.
Os alevinos possuem grande capacidade de locomoção e graças à isso H. malabaricus é encontrada em quase todas as águas de sua distribuição geográfica.
É uma predadora agressiva de hábitos noturnos que caça de emboscada esperando imóvel à aproximação de suas presas. Sua alimentação é principalmente piscívora, ela ingere quaisquer peixes que estiverem disponíveis, mas em sua fase larval ela é planctógafa, logo ela desempenha um papel importante na manutenção e equilíbrio do ecossistema.

Tem hábitos sedentários e em consequência disto tem uma baixa demanda de energia, o que permite sua sobrevivência por longos períodos sem alimento. Geralmente boa parte de sua vida é dentro de uma pequena área geográfica.

Como à maioria dos carnívoros possui boca relativamente grande, com numerosos dentes caninos e intestino curto. Seu nome científico Hoplias significa armadura, esse nome foi dado por causa de sua cabeça com couraça defensiva e dentes agressivos.
Possui o corpo longo e cilíndrico manchado (que ajuda na sua camuflagem para manter-se escondidas e perseguirem suas presas), cabeça alargada com boca grande, sua nadadeira caudal é de forma arredondada e com manchas pretas, sua língua possui dentículos ásperos.
É muito apreciada por consumidores, e se destaca por ser um peixe magro, nutritivo com alto valor proteico.
Um dos mitos mais bizarros que existe é o de que a traíra vira cobra depois de velha mas obviamente isso não é verdade.

Reprodução e dimorfismo sexual
Esta espécie põe cerca de 2500 a 3000 em intervalos de 15 dias, os casais se acasalam e, fazem o ninho com qualquer material disponível em pequenos buracos no fundo, procuram sempre lugares de água parada, rasos, arenosos, com vegetação submersa, depois de à fêmea botar os ovos o macho os fertiliza, então eles eclodem após quatro dias e são vigiados e protegidos pelo macho.


Alimentação
Como já foi dito esta espécie é um predador agressivo de hábitos noturnos que fica à espreita esperando a presa se aproximar, os indivíduos adultos se alimentam principalmente de peixes que são engolidos inteiros geralmente pela cabeça.
Na fase larval são planctógos, quando têm comprimento de 50 à 100 mm e são alevinos e ingerem grãos de pedra o que sugere que se alimentam à custa de organismos bentônicos, se comem principalmente de insetos, suportando menores períodos de jejum.
Por ser um um peixe sedentário se alimenta poucas vezes mas como ela é muito eficiente em economizar energia isso acaba não lhe causa muito mau.
Habitat
H. malabaricus é um peixe neotropical que habita em todas as bacias hidrográficas da América do Sul, desde a Costa Rica até à Argentina com exceção da região transandina e na Patagônia.
Sua ampla distribuição se deve muito à sua resistência, podendo sobreviver em ambientes com pouco oxigênio e suporta grandes períodos de jejum, o que contribui para sua ampla dispersão na América do Sul, são um dos peixes mais bem distribuídos deste continente.
É encontrada em rios e lagoas, preferencialmente em águas quentes e rasas, paradas e com vegetação. Praticamente todos os corpos d’água do Brasil é habitado por ela.
CONTAMINAÇÃO POR VERMES
Em alguns habitats elas se contaminam com vermes de coloração vermelha, e para conferir se elas estão contaminadas basta cloca-la sob a luz de uma lampada que você verá alguns pontos vermelhos.
Muitas pessoas relatam comer estes parasitas e não terem nenhum problema de saúde, mas na dúvida o melhor é fritar bem o peixe.
Se vocês quiserem que nossa equipe faça uma um artigo completo sobre estes vermes deixem nos comentários logo abaixo.

Outras espécies de traíras:
Hoplias macrophthalmus
Hoplias microcephalus
Hoplias microlepis
Hoplias patana
Hoplias aimará
Hoplias brasiliensis
Hoplias curupira
Hoplias lacerdae
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